quarta-feira, 22 de abril de 2009
Some girls are bigger than others
Hoje um professor muito querido, falando sobre a falta de refinamento das pessoas, comentou sobre algumas alunas, que mesmo belas e bem nascidas, têm como meta de vida se tornar um clone da Sheila Melo, ou sendo menos obsoleta na comparação, uma mulher hortifrutigranjeiro da vida. Essa atitude é uma coisa que sempre me incomodou e chocou muito. Não entendo como algumas pessoas conseguem enxergar beleza nisso, e não falo apenas da beleza física. É uma questão de comportamento, de postura diante da vida e de certas coisas. Lembrei então de quando ouvi uma agora conhecida contar feliz que o namorado havia arrumado um emprego melhor, podendo assim investir mais nela, e nas roupas exóticas (para não ser chula e dizer o que elas realmente são) que a garota costuma usar. Acredito que da mesma forma que eu me intrigo com isso, na cabeça dessa garota devo ser uma espécie de nerd sem graça que só usa roupa de secretária frígida, sempre de cores neutras e brincos pequenos. Confesso que é descarada a inveja dos dois lados: eu por muito tempo invejei a beleza gritante da menina, a facilidade dela em comer muito e não engordar, os cabelos que mesmo sem penteados eram divinos e a pele bronzeada que eu jamais teria. Assim como ela nunca escondeu (apesar de tentar muito) o fato de que enquanto ela sofria pra terminar Harry Potter, eu já estava lendo Machado de Assis há anos. Apesar das diferenças, o que me choca é que pelo menos até os 12, 13 anos, que foi exatamente quando tomamos rumos diferentes, fomos criadas juntas. Quem hoje em dia eu chamo de conhecida, já foi uma grande amiga. É natural da idade, é natural da vida se encontrar e se perder de algumas pessoas, mas sem querer fazer nenhum juízo de valor sobre a moral da menina, sinto que enquanto eu luto todos os dias para me encontrar, essa menina insiste somente em se perder. Talvez esse seja um post muito recalcado, já que apesar do up contado no post abaixo tenho problemas sérios de auto-estima quando relacionado à aparência. E talvez por isso tenha me esforçado em ser algo além do físico, enquanto que ela se esforça tanto em cuidar do físico pra ocultar outras coisas. Quando penso nisso vejo que mesmo sendo extremamente opostas nos sonhos, no modo de vida e em todas as milhares de coisas que construimos e demolimos nesses anos afastadas, continuamos iguais, as mesmas crianças que se escondiam do bicho-papão de madrugada e que tinham medo do escuro. A diferença agora é que sabemos que não existe bicho-papão e que nada vai acontecer no escuro, mas continuamos nos escondendo, continuamos com medo, continuamos parecidas.
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2 comentários:
Djuro que não estou entendendo essa vibe, você é tão bonita, Bruna O....
Eu tenho sérios problemas com isso, fiquei até doente, you know. Ao mesmo tempo que me acho bonita, não acho. Ao mesmo tempo que gosto disso, não gosto. É uma coisa muito esquisita, uma das coisas que nem meus anos de terapia resolveram. Não me acho exatamente baranga, cagada, só nessas crises mesmo, o que acho normal. Geralmente o que acontece é uma espécie de desconforto, como se estivessem me avaliando fisicamente o tempo todo. Não sei explicar bem...
Mas tô tomando certos cuidados pra isso melhorar.
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