quinta-feira, 10 de abril de 2008

E ela lia muito...


Ando ausente, não nego, volto a postar quando puder. Mas a minha vida anda numa correria tão grande que o pouco tempo livre que tenho quero minha cama ou meu sofá, seja pra ler, seja pra ver filmes, ou pra dormir mesmo. Se bem que a minha cinefilia anda sendo deixada de lado pra que eu possa me dedicar um pouco mais a um prazer que vinha sendo desprezado por mim ultimamente: a leitura. Com as pilhas de livros que eu tenho que estudar, ler se tornou até uma espécie de tortura. Não conseguia me concentrar, me irritava facilmente, ficava contando as páginas que faltavam pra acabar... Mas redescobri todo o encanto de um bom livro depois que terminei O Passado e agora comecei a ler, finalmente, Morte em Veneza (mas até nas minhas escolhas literárias tem um toque de cinema, inevitável). Ler pra mim sempre teve um quê de ritual, não consigo ler em qualquer lugar nem com qualquer humor. Gosto de estar na minha cama, com meu travesseiro, a iluminação certa, sentindo o cheiro do livro... E tenho uma preferência por livros velhos. Moro ao lado de um sebo ótimo e sempre garimpo coisas excelentes por preços melhores ainda. Quando gosto do livro, compro uma edição mais nova e bonita, mas não me desfaço do velho. Principalmente se tem o nome e anotações do antigo dono. Quando li Perto Do Coração Selvagem, encontrei vários trechos grifados, e na maioria das vezes o destaque estava naquilo que mais me emocionou.
Mas prometo tentar arrumar um tempinho pra isso aqui. E pra isso, vou agora estudar Biologia porque, infelizmente, Tadzio dando a egípicia não cai no vestibular.


"Sou apenas uma mulher boba que pinta, e se, ainda assim, sei replicar, se posso proteger um pouco a sua profissão, por certo não é nada de novo o que você mesmo sabe muito bem... Bem: o efeito purificante e sanador da literatura, a destruição das paixões pela inteligência e pela palavra, a literatura como caminho pra compreensão, para o perdão e o amor, o poder libertador da linguagem, o espírito literário como fator mais nobre do espírito humano, o literato como homem perfeito, como santo - encarar as coisas assim seria dizer não as encarar com suficiente precisão?"

Thomas Mann - Morte em Veneza

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