terça-feira, 17 de novembro de 2009

What difference does it make?

Saudade é uma merda. Sei que raramente falo palavras assim, mas é inevitável: saudade é uma merda, uma merda-merda-merda. A saudade é o que me faz acordar no meio da noite nervosa porque sonhei com você, e nervosa porque não tenho você ao meu lado pra me acalmar. Saudade é sentir seu cheiro no meu travesseiro, e lembrar de como seu peito sempre foi o melhor travesseiro pra mim, e te odiar por isso. Saudade é dispensar automaticamente todos os caras que me apareceram depois de você - até mais bonitos, mais interessantes, mais atenciosos - simplesmente porque não eram você. Saudade é odiar cada pessoa que me lembra você mas que é incapaz de preencher o vazio que você deixou, novamente, por ninguém ser como você. E o mais dolorido dessa saudade é lembrar que só você é você, que só você tem o jeito de rir que me irrita, que come mais do que o normal, que seca meu cabelo todo errado. Saudade é essa coisa insuportável que me faz amar até seus defeitos, que me faz sentir falta até do que eu não suporto, que faz minha cabeça voar longe até você, e sempre voltar nervosa por não te ter aqui comigo.
E só tem uma merda maior do que a saudade: o que você fez comigo, com nós dois. Na verdade, meu caro, a grande merda da história é você. E saber disso é o que me deixa tão brava com essa saudade que insiste em, diferentemente de você, não sumir da minha vida.

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