domingo, 5 de julho de 2009

I can't sleep, I can't speak to you

Inaugurei há um tempo uma rica relação de amor e ódio com uma pessoa. Não amorosamente como o casal da foto (e mais leve, ok), mas com um amigo. Cheguei a pensar que a raiva que sentia de algumas atitudes dele fosse somente um renascimento das minhas raivas habituais, mas não, é diferente. O que tanto me incomoda é saber que ele usa uma máscara de idiota quando não é, quando no fundo é uma pessoa maravilhosa que eu conheço bem, que talvez só eu conheça de verdade.
Mas a dificuldade em assumir isso pros outros e principalmente pra si mesmo faz com que toda a força do meu carinho se transforme em raiva.
Depois, outra amiga veio elogiar meu dom pra psicóloga, disse que só de ver meu nome no msn já sente um alívio quando precisa conversar com alguém. Pior que tenho um dom mesmo, até com desconhecidos. As pessoas costumam me contar seus problemas amorosos em situações diversas, principalmente os amorosos. Fiquei pensando então na minha enorme capacidade pra ouvir e gigantesca pra falar (até com psicólogos reais, o que me fez largar as minhas), na minha facilidade em resolver os problemas dos outros e dificuldade de resolver os meus. Tanto que chego a maldizer esse dom de vez em quando, mas quando vejo qualquer um dos meus amigos sorrindo feliz depois de um conselho meu, o benefício da coisa se comprova. Indubitavelmente.

"O que eu queria mesmo era um ombro amigo onde pudesse encostar a cabeça, uma mão passando na minha testa, uma outra mão perdida dentro da minha. O que eu queria era alguém que me recolhesse como um menino desorientado numa noite de tempestade, me colocasse numa cama quente e fofa, me desse um chá de laranjeira e me contasse uma história. Uma história longa sobre um menino só e triste que achou, uma vez, durante uma noite de tempestade, alguém que cuidasse dele."

Um comentário:

A insustentável leveza disse...

Ah, é o meu caso também. O blog nem é sobre cinema especificamente. Comecei a escrever (esses dias, inclusive) porque tudo o que eu assistia me lembrava alguma coisa que eu tinha lido, ou algo que eu vivia me lembrava coisas que eu tinha visto... e me deu vontade de escrever um pouquinho sobre esse monte de coisa.
Eu sempre me lembro de um dos e-mails da Kathleen, no "Mensagem para você", em que ela escreve: "So much of what I see reminds me of something I read in a book, when shouldn't it be the other way around?"... eu sempre me sinto assim em relação aos livros e aos filmes.

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Ah, e que surpresa tive quando, lendo seu blog, vi uma foto sua e "Olha! É a Bruna da 'Cinéfilos frustrados'!" :)