
Sou manual do vestibulando e psicóloga dos mesmos nas horas vagas. Sempre me procuram pra questionar sobre qual faculdade escolher, sobre o que fazer em caso de resultado negativo, desabafar as mágoas de Jayminho, etc. A que mais procura meus conselhos é uma garota do cursinho com quem não tive lá muito contato, mas que sempre em nossas conversas comenta que eu conheço mais sobre ela do que ela mesma. Ela é uma das várias pessoas que me falam coisas do tipo, como se eu tivesse uma capacidade enorme de ler nas entrelinhas coisas que talvez nem a pessoa percebeu. Não sei se as pessoas se repetem muito, se no meu silêncio contemplativo acabei observando demais as pessoas ao meu redor e criando isso ou, o que pra mim parece mais sincero e coerente, se consigo enxergar o que a pessoa esconde, é porque já tive sentimento semelhante.
Essa mesma menina que citei no começo disse que me procura não porque eu sei a relação candidato/vaga e a avaliação do MEC de vários cursos, mas por me considerar madura, segura e prática. Fiquei lisonjeada, apesar de descrente. Nunca me considerei madura, muito menos segura e menos ainda prática. Uma das metas pra 2009 foi justamente tentar ser assim, me violentar menos, não exigir de mim mesma o impossível em algumas coisas nem esperar outras cairem do céu no meu colo. Equilíbrio, nada mais . Ainda é muito cedo para dizer como vai ser meu ano, mas os primeiros 15 dias me agradaram. Consegui colocar um pouco de ordem na minha desordem de anos nesses poucos dias, me mobilizei sinceramente pela primeira vez, e encontrei uma sensação de serenidade que me era tão rara sem que nada demais tivesse acontecido, apenas um pouco de esforço e calma comigo mesma.
Lembrei de um episódio patético meu, costumo falar sozinha e um dia disse algo como "faça isso por você, B., não por mim", haha. E talvez seja isso: um presente de ano novo que estou me dando, uma nova chance, um novo recomeço. E que venha o resto de 2009!
"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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