sábado, 29 de novembro de 2008

Não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir


Meu computador esteve em transe esses dias então aproveitei pra colocar a cinefilia tão deixada de lado em dia. Gostei muito de todos os filmes que vi (exceto No Country For Old Man, que me agradou sinceramente apenas no vilão), mas como sempre existe o filme preferido, o filme da vida, etc, etc, etc. Dessa leva, foi O Tempo Que Resta, do Ozon. Aluguei com receio de me deprimir, o principal motivo da minha fuga periódica de filmes, então vi no início da semana para que os efeitos depressivos sumissem até domingo, quando terei mais um dos vestibulares. Hoje é sábado, 15:28, e não passou. Não está mais no mesmo nível, mas o efeito que o filme me causou continua aqui, só diferente. Durante o filme fiquei com o pior tipo de tristeza: vontade de chorar, mas sem conseguir. Fiquei com vontade de abraçar Romain, dizer que podia se abrir comigo, que podia chorar. E chorar com ele, chorar a dor dele. Fiquei com uma insônia terrível depois, chegava me arrastando na aula (deveria ser crime fazer a gente sair da cama quando ainda está escuro) e continuava o resto do dia me arrastando, sofrendo por uma dor que não era minha, mas que doía como se fosse. Não dá pra falar que me identifiquei já que o cara descobriu que tinha apenas 3 meses de vida e eu continuo aqui, loira e saudável, mas sofri com o filme de uma maneira que há tempos não sofria. Ou melhor, senti o filme como há tempos não sentia. E o filme me fez voltar a sentir coisas que há muito eu não sentia. A longo prazo, isso me fez bem, é esse o efeito que continua: sinto que (re)aprendi a sentir as coisas e a vida da maneira que sentia antes, não com aqueles olhos cansados e pessimistas de quem acredita só viver com mediocridade. Obviamente não virei nenhuma vida-louca-vida-breve-já-que-eu-não-posso-te-levar-quero-que-você-me-leve, nunca tive paciência pra geração carpe diem, mas voltei a ter aqueles tais os olhos que se alargam sempre que CFA falava que não queria perder nunca.

3 comentários:

Emmanuelle Kant disse...

Eu vi esse filme em SP e perdi o início ¬¬
Fiquei querendo ele pra mim...
O dos Coen eu não gostei nem do vilão.

Emmanuelle Kant disse...

Eu tô meio assim também, sem coragem de ver filme, com medo de me afetar.
(outro dia me comovi com um buddypoke, oi)
Milênios que me programo pra ver O Silêncio e não tenho coragem.

claumoliveira disse...

Olha, acho o protagonista desse filme tão escroto que eu nem me comovi. Mas depois de um tempo (eu acho que qdo eu assisti esse filme eu estava alegre "demais"), achei uma certa beleza na história....


Bjs!