
Hoje me perguntaram algo que eu não soube responder. Vim tentar responder aqui, talvez por preferir escrever do que falar, já que aqui posso usar de todo o afetamento possível pra escrever o que se dissesse da mesma forma seria cansativo, ou se resumisse e simplificasse seria incompreensível. Não me lembro exatamente as palavras usadas, mas a pergunta foi sobre o motivo das minhas decepções amorosas. A resposta imediata foi que eu confundia sentimentos, misturava carência com amor, me entregava demais, me feria e então resolvi me fechar. Simples assim, bem prático e funcional, porém falso. Não posso dizer que meu ostracismo amoroso foi construído apenas de dor de cotovelo. A única resposta que me vem à mente agora é que se me decepcionei foi por ter me deixado envolver pelas coisas erradas. Veja bem, pelas coisas, não pelas pessoas. Me deixava levar pelo insustentável, e acabava percebendo que o que eu vivia não tinha porque, que era um relacionamento incapaz até de me deixar triste, que dirá feliz. Via isso como entrega sem resposta, como que me dando inteira e a pessoa só querendo a metade. E sabotava. No final a vida se encarregou de transformar em raiva. Ou em rima. Vai ver a minha maior decepção amorosa é não saber de verdade o que é uma decepção amorosa. É não ter encontrado alguém que me faça ter um amor, meu senhor, e por ele quase morrer. Teoria tenho aos baldes, me falta prática. E apesar disso, me considero até romântica. Se me aparecer um príncipe de cavalo branco vou torcer fervorosamente pro retardado cair e quebrar as duas pernas, uma romântica não muito usual, mas ainda sim uma romântica. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.
6 comentários:
http://www.youtube.com/watch?v=hXcL4L6Nubo
Ah, sobre o cavalo branco, hoje uma garota recebeu flores no meio da aula no cursinho.
Não senti inveja.
Senti até uma certa vergonha.
Fiquei pensando que se eu fosse ela, teria deixado as flores com o cara da secretaria que veio chamá-la durante a aula (ela saiu e voltou com as flores), pegaria depois.
E não vejo nisso nenhuma contradição ao fato de eu ser (até excessivamente) romântica.
As pessoas que me acham um iceberg são as mesmas que acham que romantismo = pirotecnia.
É menos uma contradição do que uma questão de estética.
Muitas vezes volto a esse raciocínio quando tento entender onde eu errei, onde comecei a errar e onde talvez não tenha mais conserto.
Nunca recebi flores, viu. Quando comento isso as mulheres em geral ficam horrorizadas, me achando mal amada, etc, etc, etc.
Sei lá, o que pra maioria das pessoas é o apogeu do romantismo pra mim é mau gosto e até mesmo anti-romântico. E ser frio é muito diferente disso.
Da minha maneira, me considero romântica, te considero romântica. E não vejo nada de errado nisso.
"Eu quero um homem que me faça chorar. Porque eu só chorei duas vezes na minha vida, e isso faz muito tempo."
Eu já recebi flores de um amigo gay, haha.
O problema não foi nem o cara ter mandado as flores, se me mandassem flores eu gostaria (mesmo achando um presente um tanto quanto impessoal, não sabe o que dar, dê flores), eu gosto de qualquer coisa que me dão, desde que não seja um presente protocolar, por isso é tão bom receber presente fora de data comemorativa, a pessoa te deu porque quis te dar, porque lembrou de você, esses são os melhores presentes.
O problema das flores do cara, pra mim, é que soa como vontade de aparecer, que nem cantada de pedreiro, tipo, se eu passar em frente a uma obra e me chamarem de gostosa, sei que não é pra mim, o cara tá querendo se mostrar pros amigos, auto-afirmação barata de masculinidade, além de grosseiro e desagradável, sei que não é pra mim, sabe?
Aliás, pensando nisso, 90% das cantadas pedreirísticas que levei na vida foram de homens acompanhados de outros homens, homem sozinho não fala nada.
Enfim, egoisticamente falando, eu gosto quando dão pra mim, quando dizem pra mim, quando sei e sinto que realmente é pra mim.
Não precisa fazer circo, né.
ah, sou meio assim também.
e eu nem sei direito como eu sou...
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