sábado, 28 de junho de 2008

You shouldn't be alone in there



Fui ver Muriel Ou O Tempo De Um Retorno sem maiores informações sobre o filme. Minha curiosidade com o Resnais ainda é recente, não tinha lido praticamente nada sobre o filme, assisti às cegas. Mas o tempo todo senti uma relação direta com o Edward Hopper, não só nas imagens como no filme em geral, que assim como as obras do pintor, falam de solidão. Sou apaixonada por solidão, se é que se pode dizer isso, mas tudo aquilo que envolve pessoas assim acaba me atraindo, por identificação ou não. Sempre vi a minha solidão de uma maneira até meio idealizada, como uma condição inevitável. Acho que até glamourizei, mistifiquei, romantizei essa coisa toda. Em Muriel e nos quadros do Hopper, por exemplo, tudo parece mais bonito, apesar de dolorido. É como uma frase do Eça, "sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia". A arte tem esse poder de transformar.
Mas a solidão alheia, real ou artística, sempre me angustia, e sempre que vejo uma pessoa solitária, triste, quase desmoronando, fico me perguntando se a minha solidão também faz doer o peito de alguém.

2 comentários:

Lo. disse...

É, sempre tem alguém que se importa, por mais que não diga.

e sobre o blog, tenho uma relação de guerra e paz com o visual dele, mas acho que me aquieto com esse que tá lá agora! =D

Lipe disse...

Concordo... a solidão irreal é tão bonita e triste, mas a real é preocupante... não estava preparado para ler isso Hoje... mas beleza.. nun sei o q comentar... caramba...