
Sempre disse ter preguiça e falta de paciência pros filmes do Kurosawa, apesar de só ter visto Os Sete Samurais há um tempinho. Talvez a palavra certa seria preconceito e a falta não seria de paciência, mas sim de maturidade. Maturidade cinéfila e maturidade de espírito, vamos colocar assim. Mas resolvi dar uma segunda chance ao cara e aluguei Ran.
O que mais me atrapalhava nos filmes era a sensação de que era um mundo muito distante, uma cultura muito diferente e que tudo aquilo não fazia sentido nenhum pra mim, além da impressão de que é um cinema muito mais masculino do que feminino, de certa forma. Sempre falava pro meu namorado que o Akira é cinema de hominho e aliás, meu namorado foi quem, de certa forma, me estimulou a alugar o filme. Só um comentário: Rafael Ozorio tem mudado (pra melhor) a minha cinefilia. Mas chega de melação, tô falando de filme de macho!
Enfim, Ran mudou os meus conceitos. Não sei se é por ter ganho maturidade e uma carga bem maior de filmes nas costas, mas dessa vez consegui ver a obra de uma maneira mais universal, gostei muito da fotografia e consegui até dar umas risadinhas com aquele bobo da corte. Confesso que deu um soninho em algumas cenas mas o filme me fez deixar um pouco de lado toda a preguiça e a falta de paciência que o Kurosawa, definitivamente, não merece.
2 comentários:
Eu sou uma que já desistiu de Kurosawa.
Aquela samuraiada não dá pra mim não.
E olha que RAN foi o que eu achei mais interessante, plasticamente belo e tudo mais, mas, realmente, não é o meu tipo de filme.
Tem outro que vi do Kurosawa no Telecine (sem samurai) que achei legalzinho também, Rapsódia em Agosto, acho, mas é um filme menos pretensioso que RAN.
Dos grandes, o que mais gostei foi RAN mesmo.
7 Samurais quase me fez cometer harakiri, lembro até hoje do longo domingo chuvoso em que me submeti a esse filme intermináááável.
E eu lá me perguntando, "por que que eu tô vendo isso?!", mas fui até o fim, eu nunca abandono um filme.
Tem o tal do Rashomon também, que todo mundo fala que é a tonga da mironga do kabuletê, mas eu achei chaaaaaaaaato.
Inclusive, dizem que o 1º longa do Bertolucci, La Commare Secca (que eu tenho bastante vontade de ver, afinal, é Bertolucci) é inspiradão no Rashomon.
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