domingo, 16 de dezembro de 2007

Velhos fatos que num álbum de retratos eu teimo em colecionar

Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão.
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração.

No lançamento de O Passado, perguntaram ao Babenco se havia uma Sofia em sua vida e ele disse que não: ele é a Sofia das relações. Talvez eu também seja. Gosto de manter um certo contato com o passado por acreditar que, de certa forma, as pessoas que passaram pela minha vida fazem parte de mim e do que eu sou hoje. Gosto de cultivar lembranças, sempre. Mas não faço questão de que se lembrem de mim, coisa que já fiz muito (de maneira menos doentia que a personagem, claro). Hoje em dia me conformo (e me conforto) com as minhas lembranças e com o que elas significam pra mim, sem me importar muito com o que fui pros outros, até porque sempre tive a sensação de que tenho a mania de transformar relacionamentos superficiais em uma grande história de amor, mas até gosto disso. E eu não me importo mesmo em ficar com todas as fotos.

3 comentários:

rafael_a_silva disse...

"Gosto de manter um certo contato com o passado por acreditar que, de certa forma, as pessoas que passaram pela minha vida fazem parte de mim e do que eu sou hoje."

eu sou muito assim! queria até mesmo ser menos nostálgico as vezes, mesmo sabendo que essas memórias ajudam no meu amadurecimento como pessoa.

alana disse...

Eu também me identifiquei mais com a Sofía e sua intenção de manter os afetos (no meu caso, mesmo quando mudam de natureza). E, pra ser franca, eu prefiro as fotos comigo, pra que fiquem comigo as " minhas" imagens, " minhas" lembranças.
Mas eu gostaria mesmo é de ser como a Cármen, talvez a mais madura das personagens do filme.

O elenco é um horror disse...

Bruna!
eu tb teimo em manter relações com o meu passado. Assumo q gostaria de ser mais "livre" (repare nas aspas) e não reviver várias imagens q estão gravadas na minha memória. Queria ter uma Lixeira igual ao do meu computador, e excluir permanentemente certos episódios, pessoas, lugares e vozes. Mas aí não seria mais eu, né? São as memórias q sustentam toda a nossa personalidade...

Um beijo!